sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"Dentro do samba nasci, me criei,

me converti...
E ninguém vai tombar a minha bandeira..." ♪

E afinal vamos ou não vamos? Ouço a música , e no fundo é a única coisa que anima antes de você pensar em comprar o ingresso! Quando você ouve aquela música que você gosta, Nem percebe , mas já tá ali na porta, na fila para alavancar a catraca, entregar o ingresso e ser revistado...

Nem dava pra enxergar, era energia demais suspensa, mas o samba tava quente! Muita gente, gente! De todos os tipos , um calor que eu desisto da blusa, levanto a manguinha bufante, que é pra ver se melhora, mas se no inferno for assim, nossa! nem quero imaginar, vou ficar na dúvida!

A noite vai caindo, de-va-gar, lenta-mente... Porque horário de verão salva tudo! Circulam uns ventos inesperados que Iansã manda pra aliviar todo aquela quentura animadora... Pra quem não bebe e senta na mesinha (porque lá há várias), o calor nem faz sentido! Mas pra mim e pra todo o povo em pé sambando; ou só segurando o copo , com a outra mão no bolso da frente da calça, cantando a música numa mescla de marra e afeto... Aquele calor é contente!

E logo logo já faço uma amizade, pergunto se posso dividir a mesa, só pra colocar a bolsa e o casco de cerveja em cima. Desculpa pra quem sai sozinha e nunca fica sozinha na roda, afinal tem que ter alguém pra embolar no sambar e dividir os passos que você nem sabe como aprendeu!

Não há cansaço ali, ninguém pensa na segunda-feira as 5h de pé pro trabalho, é só ouvir a música, como se cuidassem da evolução de uma escola de samba. E todo mundo canta, e todo mundo dança, olhares de todos os lados o mundo reparando em tudo. Existe sempre aquela saia que sobe, um olhar que desce e supervisiona todas as curvas de um corpo que se quebra (e pra não citar nenhum instrumento, pra não esquecer de algum...) ao som de um tambor que parece que tem raiz na terra onde o pé desliza, se mescla com o coração, isso é o meu samba!

Roda de samba geralmente é bem parecida uma com a outra, obviamente coisas SEMPRE mudam, maaaaaaaas de qualquer forma, é o ritmo que a gente tem no sangue que não deixa o samba morrer. E tem gente que bebe, tem gente que samba, tem gente que canta, tem gente que faz utopia... E principalmente: gente que faz tudo isso! Naquele samba lá tem de tudo que normalmente tem em todo o samba, mas o clima lá é tão tranquilo que eu me sinto super a vontade e olha que a culpa não é da cerveja! E óbvio, se o moreno me tirar pra dançar eu não vou dizer não, meu bem !

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