Toca

Sabe rua de malandragem? Aquela do siricutico no lóbulo da orelha escondidinho entre o poste e um carro... Falando em poste: "O poste", onde se deleita um malandro, com um Panamá e um cigarro aceso. Isso tudo que você utopicamente vê, ou sente.
Nem metade da rua chega, já se ouve uma batucada, benta e lenta... Tao tensa de se procurar de que beco ou Toca ela se encontra que é maravilhoso ver aquele portão bem grande avisando "Bar de respeito".
E lá se vai: olha pelo buraquinho, pergunta quanto é a entrada , mesmo você tendo absoluta certeza do preço, porque já tá cansada de se jogar naquela roda... Entra com o pé direito, tão direto pra uma mesa no ventinho. Mal se acomoda, já vem a cerveja gelada, o meu guaraná antartica (santa ressaca!) e uma faminta pede logo umas batatas frita, eu já nem sento, arrumo a bolsa, ajeito a roupa e começo com os dois pra lá , dois pra cá. E pode ficar parada lá? Ahhh... Nem pensar!
Três minutos é o suficiente, já está lá, quem vê pensa que é pipoca na panela! Aquilo é a Rio Branco com Cacique de Ramos... Contagia qualquer pessoa, mesmo sendo ela ruim da cabeça e doente do pé. E se envolve e requebra junto com os caldinhos que são uma delícia, falando nisso, traz mais uma gelada ai?
5 minutinhos pra roda descansar, no fundo aquela musiquinha que não te deixa sentar. Mais uma loira... Afinal: é sede ou vontade de beber? Pouca importa! E da-lhe gente bonita e gente feliz, gente que lá no fundo quaaase levanta pra sambar... Acontece que todo mundo se agita , todo mundo samba e no samba não tem ninguém triste; "E se houver tristeza que seja bonita, bonita demais, (...)pois tristeza feia o poeta não gosta..."
"Meu samba tá pronto pra te receber". Porque o samba é meu também , com muito orgulho! E cativa mesmo quem não quer chegar. E quem não quer? E na hora da partida... Amém: um tchau e boa noite, semana que vem eu to aí de novo!